Mulheres na Computação: Histórias Brilhantes e Esquecidas


A indústria da tecnologia é frequentemente retratada como um espaço dominado por homens, mas isso não é inteiramente verdade. As mulheres sempre tiveram um papel fundamental no avanço da tecnologia da informação, desde a primeira programadora de computador, Ada Lovelace, até as engenheiras que desenvolvem a inteligência artificial de hoje em dia. Aqui, vamos apresentar algumas das mulheres pioneiras que moldaram a indústria da computação, bem como algumas das outras mulheres menos conhecidas que contribuíram para o campo.




Contribuição para uma lista mais completa e vindoura:

(por data de suas maiores contribuções ao longo da história)



Ada Lovelace

Ada Lovelace (1843)

Ada Lovelace, também conhecida como Augusta Ada King, é considerada a primeira programadora da história. Filha do poeta Lord Byron, Lovelace mostrou interesse em matemática e lógica desde cedo e foi apresentada ao matemático Charles Babbage por meio de amigos em comum.

Lovelace se envolveu profundamente no trabalho de Babbage com a "Máquina Analítica", uma proposta para um dispositivo mecânico que poderia executar cálculos matemáticos complexos. Em suas notas sobre a máquina, Lovelace incluiu um algoritmo para calcular os números de Bernoulli, o que a tornou a primeira pessoa a escrever um programa de computador.

Embora a máquina analítica nunca tenha sido construída, o trabalho de Lovelace estabeleceu as bases para o que viria a ser a programação de computadores. Sua compreensão da lógica e sua habilidade para transformar conceitos matemáticos abstratos em algoritmos foram um avanço significativo para a época. Seu legado inspirou muitas mulheres a seguir carreiras na tecnologia e na ciência da computação.

Ada Lovelace é uma figura icônica na história da computação e é lembrada por suas contribuições pioneiras para o campo da programação de computadores. A Ada Lovelace Day é comemorada todos os anos em outubro para homenagear mulheres na ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), reconhecendo o legado inspirador de Ada Lovelace e celebrando as mulheres que seguem seus passos.

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Katheleen Booth

Kathleen Booth (1922-2017) foi uma pioneira da ciência da computação britânica. Ela é mais conhecida por ter desenvolvido o primeiro programa armazenado em computador, o Assembly (por um tempo considerada a primeira linguagem de programação) que foi executado com sucesso em 21 de junho de 1948, em um computador conhecido como Manchester Mark I.

Booth nasceu em Stourbridge, na Inglaterra, e estudou matemática na Universidade de Cambridge. Ela começou sua carreira como professora de matemática antes de se juntar à equipe liderada por Maurice Wilkes no Laboratório Matemático da Universidade de Cambridge, onde ajudou a projetar o EDSAC, um dos primeiros computadores eletrônicos do mundo.

O trabalho mais notável de Booth foi o desenvolvimento do primeiro programa armazenado em computador. Antes disso, os programas eram codificados diretamente em máquina, o que exigia a reconfiguração física do computador para executar tarefas diferentes. Booth teve a ideia de armazenar o programa em memória e, assim, permitir a execução de várias tarefas diferentes sem a necessidade de reconfiguração física.

Em 1948, Booth trabalhou com seu colega David Wheeler para escrever o primeiro programa armazenado em computador, que realizou a fatoração de um número inteiro em seus fatores primos. O programa foi executado com sucesso em 21 de junho de 1948, no Manchester Mark I.

Booth continuou trabalhando em ciência da computação durante sua carreira, desenvolvendo linguagens de programação e sistemas de processamento de dados. Ela se aposentou em 1986 e faleceu em 2017, deixando um legado duradouro na história da computação.

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Hedy Lamarr

Hedy Lamarr (1914-2000) foi uma atriz de Hollywood, mas também uma inventora e pioneira em tecnologia. Ela é mais conhecida por ter co-patenteado uma tecnologia chamada "salto de frequência", que foi usada na Segunda Guerra Mundial para permitir a comunicação segura entre navios aliados.

Lamarr nasceu na Áustria e estudou engenharia antes de se mudar para os Estados Unidos para seguir uma carreira como atriz. Ela atuou em vários filmes famosos durante a Era de Ouro de Hollywood, mas, nos bastidores, também era uma inventora ávida. Ela estava particularmente interessada em tecnologia militar, tendo vivido em Viena durante o período em que Hitler subiu ao poder.

Em 1942, Lamarr co-patenteou a tecnologia de salto de frequência, juntamente com o compositor George Antheil. A tecnologia envolvia a transmissão de informações em diferentes frequências de rádio, saltando de uma frequência para outra em uma sequência aparentemente aleatória. Isso tornava a comunicação muito mais difícil de ser interceptada ou interrompida por forças inimigas.

Embora a tecnologia de salto de frequência não tenha sido amplamente utilizada durante a Segunda Guerra Mundial, ela se tornou a base para a comunicação de dados moderna e é usada em tecnologias como telefones celulares, GPS e Wi-Fi.

Apesar de sua contribuição significativa para a tecnologia, Lamarr não foi reconhecida por seu trabalho até muito depois de sua morte. No entanto, hoje ela é lembrada como uma das pioneiras em tecnologia e uma das primeiras mulheres a trabalhar em inovação tecnológica.

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As garotas do ENIAC

Betty Holberton, Jean Jennings, Marlyn Wescoff, Ruth Lichterman, Kay McNulty e Frances Spence, também conhecidas como "As garotas do ENIAC", foram as primeiras programadoras do computador eletrônico ENIAC. Durante a Segunda Guerra Mundial, O ENIAC foi construído para ajudar a calcular trajetórias de artilharia, e as mulheres foram contratadas para programá-lo e fazer cálculos complexos.

Essas mulheres tiveram que aprender a programar o ENIAC sem qualquer treinamento formal, já que a programação de computadores era uma disciplina completamente nova na época. Elas foram responsáveis por escrever códigos e criar diagramas para programar o ENIAC, que era composto por mais de 18.000 válvulas eletrônicas e 70.000 resistores, capacitores e outras peças.

O trabalho dessas mulheres foi fundamental para o sucesso do ENIAC durante a guerra e para o desenvolvimento da tecnologia de computação em geral. No entanto, quando o ENIAC foi apresentado ao público em 1946, as mulheres foram ignoradas e seus nomes não foram mencionados.

Somente décadas depois é que as realizações das Garotas do ENIAC foram reconhecidas. Em 1997, as seis mulheres receberam o Prêmio da Associação de Máquinas Computacionais pela contribuição para o desenvolvimento de computadores eletrônicos.

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Grace Hopper

Grace Hopper, também conhecida como "A Rainha da Codificação", foi uma pioneira da ciência da computação e uma das primeiras programadoras do Harvard Mark I, um dos primeiros computadores eletrônicos. Ela é conhecida por ter criado a primeira linguagem de programação de alto nível, a COBOL, que é usada até hoje em várias indústrias.

Hopper nasceu em Nova York em 1906 e estudou matemática e física na Universidade de Yale. Ela se formou em 1934 e, em seguida, obteve um doutorado em matemática pela Universidade de Yale em 1934. Durante a Segunda Guerra Mundial, Hopper se alistou na Marinha dos Estados Unidos e foi designada para trabalhar no projeto do Mark I em Harvard.

Hopper ficou impressionada com a capacidade do Mark I, mas percebeu que programá-lo era extremamente tedioso e demorado. Ela começou a trabalhar em um novo sistema de programação que permitiria que os usuários escrevessem comandos em inglês simples, em vez de usar linguagem de máquina. Isso levou à criação da COBOL, que foi desenvolvida com uma equipe de programadores entre 1959 e 1961.

O COBOL, ou Common Business-Oriented Language, foi criado em uma colaboração entre vários programadores, incluindo Grace Hopper e Jean Sammet. Grace Hopper foi uma das principais impulsionadoras do COBOL, tendo desenvolvido a linguagem de programação FLOW-MATIC em 1955, que foi uma das principais influências para o COBOL. Hopper também liderou a equipe que criou o primeiro compilador para COBOL, que permitia aos programadores escreverem em inglês simples, em vez de usar a linguagem de máquina.

Além de seu trabalho na COBOL, Hopper também desenvolveu o conceito de depuração de programas, que é a prática de encontrar e corrigir erros de software. Ela também foi responsável por desenvolver o primeiro compilador, um programa que traduz a linguagem de programação de alto nível em linguagem de máquina.

Hopper foi uma das primeiras mulheres a trabalhar em programação de computadores e se tornou uma inspiração para muitas outras mulheres que seguiram seus passos na ciência da computação. Ela recebeu vários prêmios e honrarias em sua vida, incluindo a Medalha Nacional de Tecnologia e Inovação em 1991 e a Legião de Honra Francesa em 1985. Ela faleceu em 1992, mas seu legado continua a inspirar inovação e avanços na tecnologia.

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Evelyn Boyd Granville

Claro, segue a tradução:

Evelyn Boyd Granville foi uma matemática americana e cientista da computação que fez contribuições significativas para o programa espacial americano. Ela foi a segunda mulher negra a receber um Ph.D. em matemática pela Universidade Yale e trabalhou na IBM, onde desenvolveu códigos para analisar trajetórias de satélites e de naves espaciais.

Além disso, Granville foi uma forte defensora da educação matemática e científica para as mulheres e minorias. Ela trabalhou em vários programas para aumentar a participação das mulheres e dos afro-americanos nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Granville também lecionou matemática em vários colégios e universidades, incluindo a Texas College, North Carolina College e Fisk University. Em 1997, ela foi incluída no "National Women's Hall of Fame" por suas realizações em matemática e ciência.

A vida e a obra de Evelyn Boyd Granville são uma inspiração para as mulheres e as minorias sub-representadas que buscam uma carreira em ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Suas realizações não apenas abriram portas para aqueles que vieram depois dela, mas também inspiraram e capacitaram uma geração inteira de jovens a perseguir seus sonhos e a alcançar seus objetivos.

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Mary Kenneth Keller

Mary Kenneth Keller foi uma freira católica romana americana e pioneira na educação de ciência da computação para mulheres. Ela nasceu em 17 de dezembro de 1913 em Cleveland, Ohio, e cresceu em uma família com nove filhos. Keller se interessou por ciência e tecnologia desde cedo e, após concluir o ensino médio, ingressou na ordem religiosa Irmãs da Caridade.

Em 1945, Keller obteve um diploma de bacharel em matemática pela DePaul University e mais tarde obteve um mestrado em matemática pela University of Wisconsin. Na década de 1950, ela se interessou pelo emergente campo da ciência da computação e começou a estudar no departamento de ciência da computação da Universidade de Wisconsin, onde se tornou uma das primeiras mulheres nos Estados Unidos a obter um Ph.D. em ciência da computação.

Keller passou a co-fundar o departamento de ciência da computação do Clarke College, uma pequena faculdade para mulheres em Dubuque, Iowa. Ela ajudou a desenvolver o currículo de ciência da computação da faculdade e ensinou muitos dos cursos do departamento. Keller também desempenhou um papel fundamental na criação do Special Interest Group on Computer Science Education (SIGCSE) da Association for Computing Machinery (ACM), que trabalha para melhorar a educação em ciência da computação em todos os níveis.

Ao longo de sua carreira, Keller foi uma forte defensora das mulheres na ciência da computação e trabalhou para aumentar as oportunidades para as mulheres na área. Ela acreditava que as mulheres tinham uma aptidão natural para a programação de computadores e que suas perspectivas e experiências únicas poderiam levar a soluções inovadoras para problemas computacionais. Keller faleceu em 10 de janeiro de 1985, mas seu legado continua a inspirar mulheres na ciência da computação e em outras áreas STEM. Em sua homenagem, a Association for Women in Computing estabeleceu o Prêmio Mary Kenneth Keller, que reconhece as mulheres que fizeram contribuições significativas para o campo da computação.

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Dorothy Vaughan

Dorothy Vaughan foi uma matemática e programadora americana que fez contribuições significativas para a indústria aeroespacial dos Estados Unidos. Ela nasceu em 20 de setembro de 1910 em Kansas City, Missouri, e frequentou a Universidade Wilberforce, onde obteve um bacharelado em matemática.

Vaughan iniciou sua carreira na NACA (National Advisory Committee for Aeronautics), que posteriormente se tornou a NASA, em 1943, como calculista. Ela trabalhou no Laboratório de Pesquisa Langley, onde seu talento e conhecimento matemático a levaram a se tornar a primeira supervisora ​​negra da agência em 1949.

Durante sua carreira na NASA, Vaughan liderou uma equipe de mulheres negras conhecidas como "West Computers" que trabalharam como calculistas, resolvendo problemas complexos de engenharia aeroespacial. Ela também se destacou como programadora, escrevendo códigos para o SCOUT Launch Vehicle Program, que foi crucial para o sucesso do programa Mercury, que levou o primeiro americano ao espaço em 1961.

Além de suas realizações profissionais, Vaughan também foi uma líder e defensora dos direitos civis. Ela trabalhou para desegregar a NASA, liderando um esforço para que os funcionários negros tivessem oportunidades iguais de carreira e treinamento.

Vaughan se aposentou da NASA em 1971, após uma carreira de 28 anos, e faleceu em 10 de novembro de 2008. Sua história foi apresentada no livro "Hidden Figures" de Margot Lee Shetterly e no filme de mesmo nome de 2016, que ajudou a destacar sua contribuição para a história da computação e da aeronáutica.

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Mary Jackson

Mary Jackson foi uma engenheira aeroespacial afro-americana, que fez contribuições significativas na área de aviação e em programas espaciais dos Estados Unidos. Ela começou a sua carreira como matemática no Langley Research Center da NASA, em 1951, e logo foi promovida a engenheira aeroespacial em 1958, tornando-se a primeira mulher afro-americana a ocupar essa posição na NASA.

Mary Jackson trabalhou em vários projetos importantes na NASA, incluindo o projeto Mercury, que foi o primeiro programa tripulado de exploração espacial dos Estados Unidos. Ela também contribuiu para a elaboração de normas de segurança para vôos espaciais, e ajudou a preparar astronautas para as missões espaciais.

Além disso, Mary Jackson era uma defensora ativa da igualdade e da justiça social, lutando contra a discriminação de mulheres e minorias no local de trabalho. Ela se envolveu em várias organizações que trabalhavam para melhorar a igualdade de oportunidades para mulheres e afro-americanos.

Mary Jackson aposentou-se da NASA em 1985, depois de uma carreira de mais de três décadas. Em 2019, a NASA nomeou o seu prédio administrativo em Langley Research Center em sua homenagem.

A vida e a obra de Mary Jackson são um exemplo inspirador de perseverança e determinação na superação de barreiras para alcançar o sucesso. A sua contribuição na área de aviação e de programas espaciais nos Estados Unidos e a sua luta pela igualdade e justiça social deixaram um legado duradouro para as gerações futuras.

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Katherine Johnson

Katherine Johnson, também conhecida como Katherine Goble, foi uma matemática e física americana que trabalhou para a NASA durante o programa espacial americano. Ela é mais conhecida por suas contribuições fundamentais para a corrida espacial, especialmente seu trabalho em cálculos orbitais críticos durante as missões Mercury e Apollo.

Johnson nasceu em 1918 em White Sulphur Springs, Virgínia Ocidental. Ela frequentou a West Virginia State College, onde se formou com honras em matemática e francês aos 18 anos. Ela começou a trabalhar como professora de matemática em uma escola segregada, mas depois mudou-se para a indústria aeronáutica.

Em 1953, Johnson começou a trabalhar na seção de computação da NASA, conhecida como a Unidade de Cálculo de Orientação. Foi nessa época que a NASA estava começando a trabalhar no programa Mercury, o primeiro programa espacial tripulado dos Estados Unidos. Johnson foi uma das poucas mulheres negras a trabalhar na NASA na época.

Durante o programa Mercury, Johnson fez cálculos fundamentais para as órbitas dos astronautas, ajudando a garantir que eles pousassem em segurança na Terra. Ela também trabalhou no programa Apollo, onde seus cálculos de trajetória foram essenciais para o sucesso da missão Apollo 11, que levou o primeiro homem à lua.

Em 2015, Johnson foi homenageada com a Medalha Presidencial da Liberdade pelo presidente Barack Obama. O filme de 2016 "Hidden Figures" (Estrelas Além do Tempo, no Brasil) destaca a história de Johnson e suas colegas mulheres afro-americanas da NASA, que contribuíram significativamente para o programa espacial americano, apesar de enfrentarem discriminação de gênero e raça.

Katherine Johnson é lembrada como uma das figuras mais proeminentes na história da computação e da exploração espacial, e sua dedicação e habilidades matemáticas foram fundamentais para o sucesso dos primeiros programas espaciais tripulados dos Estados Unidos.

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Jean Sammet

Jean Sammet foi uma das primeiras programadoras de computador e coautora da primeira linguagem de programação comercial, COBOL. Ela também foi fundamental na criação de uma linguagem de programação para sistemas de tempo compartilhado.

Foi uma das principais designers do COBOL. Ela se juntou ao comitê de design do COBOL em 1959 e trabalhou em estreita colaboração com Hopper e outros membros do comitê para criar a linguagem. Sammet também criou a especificação formal para a linguagem e escreveu o livro "Programming Languages: History and Fundamentals", que é considerado um dos mais importantes livros sobre a história das linguagens de programação.

Em resumo, Hopper liderou o desenvolvimento do COBOL e Sammet desempenhou um papel importante na sua concepção e especificação formal. Juntas, elas foram cruciais para a criação de uma linguagem de programação que revolucionou o mundo dos negócios e influenciou muitas outras linguagens que vieram depois.

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Margareth Hamilton

Margaret Hamilton é uma cientista da computação americana conhecida por seu trabalho como diretora do grupo de engenharia de software do MIT Instrumentation Laboratory, que criou o software de bordo para a missão Apollo da NASA.

Hamilton liderou a equipe que desenvolveu o sistema de software de bordo para as missões Apollo da NASA, que incluíam o primeiro pouso tripulado na Lua, em 1969. Seu trabalho foi crucial para garantir que o software da nave espacial fosse confiável e à prova de falhas, especialmente em momentos críticos, como durante a fase de pouso.

Ela também foi uma das primeiras defensoras do desenvolvimento de sistemas de software que eram robustos o suficiente para resistir a falhas e erros. Hamilton argumentou que o software era tão importante quanto o hardware e precisava de um processo rigoroso de design, teste e validação para garantir sua confiabilidade.

Além de seu trabalho na NASA, Hamilton fundou sua própria empresa de software, a Hamilton Technologies, em 1986, onde ela continuou a desenvolver sistemas de software críticos para a aviação, defesa e outras indústrias.

Hamilton é amplamente reconhecida por sua contribuição para o avanço da engenharia de software e foi agraciada com inúmeros prêmios e honrarias, incluindo a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior honra civil concedida nos Estados Unidos.

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Karen Sparck Jones

Karen Sparck Jones foi uma renomada cientista da computação britânica que fez grandes contribuições para a área de processamento de linguagem natural (PLN). Ela nasceu em Huddersfield, Inglaterra, em 26 de agosto de 1935, e estudou filosofia, psicologia e linguística na Universidade de Cambridge, onde obteve seu diploma de bacharel em 1956 e seu doutorado em 1964.

Durante seu tempo em Cambridge, Jones começou a se interessar por linguística computacional, e em 1964, foi uma das fundadoras do grupo de pesquisa de PLN no Cambridge Language Research Unit. Seus primeiros trabalhos se concentraram em teoria da informação e estatística, mas ela logo começou a trabalhar em questões práticas, como a criação de bancos de dados de dicionários eletrônicos.

Em 1972, Jones se tornou a primeira mulher a se tornar professora de ciência da computação em Cambridge. Seu trabalho em PLN a levou a desenvolver o conceito de "análise de discurso", que envolve a análise computacional do significado e estrutura da linguagem natural. Ela também trabalhou em áreas como a representação da linguagem, a tradução automática e a recuperação de informações.

Além de suas contribuições para a ciência da computação, Jones também foi uma defensora da igualdade de gênero na área. Ela fundou a British Computer Society's Women's Group e lutou por mais oportunidades e igualdade para as mulheres na ciência da computação.

Jones recebeu muitas honrarias por suas contribuições, incluindo o Prêmio Lovelace da British Computer Society em 2007 e uma nomeação de Dame Comandante da Ordem do Império Britânico em 2009. Ela faleceu em 2007, deixando um legado duradouro na ciência da computação e na luta pela igualdade de gênero.

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Carol Shaw

Carol Shaw é uma das pioneiras na indústria de jogos de computador. Ela é mais conhecida por ter criado o jogo de tiro em primeira pessoa "3D Tic Tac Toe" para o console Atari 2600 em 1978, tornando-se a primeira mulher a projetar e programar um jogo eletrônico.

Antes de sua carreira na indústria de jogos, Shaw estudou matemática e engenharia elétrica na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Após a formatura, ela trabalhou como programadora para a Control Data Corporation e a Atari, onde projetou e programou vários jogos populares.

Shaw enfrentou muitos obstáculos como mulher na indústria de jogos, incluindo o sexismo e a falta de reconhecimento por suas realizações. Ela deixou a Atari em 1984 para fundar sua própria empresa de jogos, a "Carol Shaw Software", mas acabou saindo da indústria pouco depois.

Apesar disso, Carol Shaw deixou um legado significativo na indústria de jogos eletrônicos, especialmente como pioneira e modelo para mulheres programadoras e designers.

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Valerie Thomas

Valerie Thomas é uma física e inventora americana que é conhecida por suas contribuições inovadoras no campo da ótica eletrônica. Ela nasceu em 1943 em Maryland, nos Estados Unidos, e cresceu em uma família que encorajou seu interesse pela ciência. Thomas estudou física no Morgan State College e depois trabalhou como cientista no Centro de Voo Espacial Goddard da NASA.

Foi na NASA que Thomas desenvolveu sua invenção mais famosa, um sistema de exibição em 3D que usava ótica eletrônica. Em 1980, ela patenteou seu invento, que foi posteriormente utilizado em pesquisas sobre o câncer de mama, eletrocardiografia e diagnósticos por ultrassom.

Além disso, Thomas trabalhou em várias outras áreas da NASA, incluindo no desenvolvimento de sistemas de propulsão de foguetes e na análise de dados de satélites. Ela também trabalhou em projetos educacionais para incentivar jovens de comunidades carentes a se interessarem pela ciência.

Por suas realizações, Thomas foi homenageada com vários prêmios e honrarias ao longo de sua carreira, incluindo o Prêmio de Realização Científica Nacional das Mulheres Negras e a Medalha do Mérito do Congresso.

A contribuição de Valerie Thomas para a ótica eletrônica é uma das muitas histórias inspiradoras de mulheres na ciência e tecnologia. Sua invenção abriu caminho para avanços significativos na tecnologia médica e científica e ajudou a pavimentar o caminho para futuras inovações.



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Roberta Williams

Roberta Williams é uma designer de jogos eletrônicos americana, mais conhecida por ter fundado a Sierra On-Line junto com seu marido Ken Williams. Ela é considerada uma das pioneiras no desenvolvimento de jogos eletrônicos para computador pessoal e é responsável por alguns dos títulos mais icônicos da história dos jogos eletrônicos.

Williams começou sua carreira em 1979, quando ela e seu marido fundaram a On-Line Systems, que mais tarde se tornou a Sierra On-Line. Ela inicialmente trabalhou em projetos de design gráfico, mas acabou se interessando pelo desenvolvimento de jogos eletrônicos. Seu primeiro projeto foi o jogo de aventura em texto Mystery House, que foi um grande sucesso comercial e lançou a Sierra On-Line como um dos principais desenvolvedores de jogos eletrônicos para PC.

Ao longo de sua carreira, Williams desenvolveu vários jogos eletrônicos notáveis, incluindo os títulos da série King's Quest, Phantasmagoria e Mixed-Up Mother Goose. Ela também é conhecida por suas inovações no design de jogos eletrônicos, incluindo o uso de gráficos coloridos e a inclusão de tramas complexas em jogos de aventura.

Roberta Williams é uma das principais defensoras da inclusão e diversidade na indústria de jogos eletrônicos. Ela é conhecida por ser uma das primeiras mulheres a desenvolver jogos eletrônicos para PC na década de 1980, criando jogos que eram divertidos e atraentes para jogadores de todos os gêneros.

Durante sua carreira, Williams também foi uma forte defensora da igualdade de gênero e diversidade na indústria de jogos eletrônicos, argumentando que a inclusão de uma ampla gama de perspectivas e experiências pode levar a jogos mais interessantes e inovadores. Ela frequentemente falava sobre a importância de ter mais mulheres e pessoas de cor em posições de liderança na indústria de jogos eletrônicos, para que as empresas possam criar jogos que representem de forma mais justa e precisa a diversidade da sociedade.

Além disso, Williams fundou uma organização sem fins lucrativos chamada The Sierra Community, que tinha como objetivo apoiar e ajudar pessoas que estão sub-representadas na indústria de jogos eletrônicos. Ela também é conhecida por ter criado personagens femininas fortes e complexas em seus jogos, o que foi uma ruptura com a tradicional representação feminina nos jogos eletrônicos da época.

Williams se aposentou da Sierra On-Line em 1999, mas seu legado continua a influenciar a indústria de jogos eletrônicos até hoje. Seus jogos são lembrados como alguns dos mais inovadores e influentes da história dos jogos eletrônicos, e ela é amplamente reconhecida como uma das figuras mais importantes na história da indústria de jogos eletrônicos.

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Gladys West

Gladys West é uma matemática americana que trabalhou como analista de dados para a Marinha dos EUA por mais de 40 anos. Ela é mais conhecida por seu papel na criação do Sistema de Posicionamento Global (GPS), um sistema de navegação por satélite que é usado em todo o mundo para orientação em viagens, navegação e outras aplicações.

West trabalhou em um projeto em que foi responsável por coletar e analisar dados de satélites para aprimorar a precisão do sistema de posicionamento. Seu trabalho ajudou a desenvolver um modelo matemático preciso para a trajetória dos satélites, permitindo que o GPS funcionasse com maior precisão.

Apesar de seu importante trabalho, a contribuição de West para o desenvolvimento do GPS foi pouco reconhecida por muitos anos. Foi somente em 2018 que ela foi reconhecida pelo seu papel no desenvolvimento do sistema de navegação GPS e incluída no National Inventors Hall of Fame dos Estados Unidos.

Gladys West é um exemplo inspirador de uma mulher que fez importantes contribuições para a tecnologia, mesmo em um campo que historicamente foi dominado por homens. Seu trabalho revolucionou a forma como nos movimentamos e navegam em todo o mundo, tornando a navegação mais precisa e eficiente.

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Marian Croak

Marian Croak é uma engenheira de telecomunicações que contribuiu significativamente para a evolução das comunicações por voz sobre IP (VoIP), trabalhando em empresas como AT&T, Lucent Technologies e agora na gigante de telecomunicações Verizon.

Croak obteve seu doutorado em Engenharia Elétrica na Universidade do Sul da Califórnia (USC) em 1982 e, após passar algum tempo na academia como professora, ela ingressou na AT&T Bell Labs em 1986, onde trabalhou na evolução das redes de telefonia celular. Depois de uma carreira de sucesso na AT&T e Lucent Technologies, ela se juntou à Verizon em 2014, onde atualmente é Vice-Presidente Sênior de Transformação e Inovação.

Entre suas muitas realizações, Croak liderou a equipe que desenvolveu a tecnologia Voice over IP (VoIP), que permite a transmissão de voz através da Internet. Essa tecnologia mudou fundamentalmente a maneira como nos comunicamos, tornando as chamadas telefônicas mais acessíveis e econômicas.

Croak também é conhecida por seu trabalho em tornar as tecnologias de comunicação mais acessíveis para pessoas com deficiências. Ela desenvolveu uma tecnologia que permitia que os usuários de telefones celulares usassem a voz para navegar pelos menus do telefone, tornando-os mais acessíveis para pessoas com deficiência visual ou motora.

Além de suas realizações profissionais, Croak é uma defensora da diversidade e inclusão na tecnologia e lidera a iniciativa Black History Month na Verizon. Ela é uma palestrante proeminente em conferências de tecnologia e foi nomeada uma das 50 mulheres mais poderosas do mundo em tecnologia pela revista Forbes em 2016.

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Radia Perlman

Radia Perlman, nascida em 1951, é uma das principais pioneiras da tecnologia de redes de computadores. Ela é mais conhecida como a "Mãe da Internet", pois desenvolveu um protocolo de roteamento para redes locais chamado "Spanning Tree Protocol" (STP), que permitiu a criação de redes em larga escala e interconectadas.

Perlman formou-se em matemática e em ciência da computação no MIT e, posteriormente, obteve seu Ph.D. em ciência da computação pela Universidade de Washington. Foi durante seus estudos de doutorado que ela desenvolveu o STP.

Além disso, Perlman é responsável por várias outras inovações na área de redes, incluindo o protocolo TRILL (Transparent Interconnection of Lots of Links), que oferece uma maneira mais eficiente de rotear pacotes em redes grandes. Ela também é autora de vários livros técnicos sobre redes de computadores, incluindo "Interconnections: Bridges, Routers, Switches, and Internetworking Protocols".

Perlman recebeu várias honras e prêmios ao longo de sua carreira, incluindo a Medalha Nacional de Tecnologia e Inovação, a mais alta honraria do governo dos Estados Unidos para conquistas em tecnologia, e o Prêmio SIGCOMM, concedido pela Association for Computing Machinery (ACM) por suas contribuições para a área de redes de computadores.

Além de suas realizações técnicas, Perlman também é conhecida por seu trabalho em prol da diversidade e inclusão na indústria de tecnologia. Ela é uma forte defensora da igualdade de gênero e é uma das fundadoras do "sistemas justo", um grupo que promove a igualdade de oportunidades no campo da tecnologia. Ela também é uma mentora ativa para jovens mulheres que buscam carreiras em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).

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Frances Allen

Frances Allen nasceu em 4 de agosto de 1932 em Peru, Nova York. Ela é uma pioneira em ciência da computação e é mais conhecida por seu trabalho na área de otimização de compiladores, uma técnica usada para transformar o código-fonte em código de máquina eficiente. Allen é a primeira mulher a receber o Prêmio Turing, considerado o "Nobel" da computação.

Depois de obter seu bacharelado em Matemática pelo Wheaton College em 1954, Allen trabalhou em uma escola pública antes de obter um mestrado em Matemática pela Universidade de Michigan em 1957. Em 1960, ela obteve seu Ph.D. em ciência da computação pela Universidade de Michigan.

Allen iniciou sua carreira trabalhando como professora assistente de Matemática na Universidade de Nova York em 1957, antes de se juntar à IBM em 1959. Lá, ela trabalhou em uma equipe de programadores e ajudou a desenvolver o primeiro compilador para o IBM Stretch, um dos primeiros supercomputadores da IBM.

Depois de deixar a IBM em 2002, Allen se juntou à Universidade de Nova York como professora. Ela também foi a primeira mulher a servir como presidente da Associação para Máquinas de Computação, uma organização profissional para cientistas da computação.

Além do Prêmio Turing, Allen também recebeu o Prêmio Augusta Ada Lovelace em 2002, o Prêmio IEEE Emanuel R. Piore em 2013 e a Medalha Nacional de Ciência em 2009.

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Kimberly Bryant

Kimberly Bryant é uma engenheira eletrônica que fundou a Black Girls Code em 2011. Ela se inspirou em sua filha, que expressou interesse em programação, mas não teve acesso a recursos educacionais suficientes para seguir adiante com seu interesse. Bryant, que trabalhou em empresas de tecnologia como Genentech, Novartis e Merck, percebeu que havia uma falta de diversidade na indústria de tecnologia e decidiu fazer a diferença.

A Black Girls Code é uma organização sem fins lucrativos que se concentra em apresentar meninas afro-americanas, afro-caribenhas e afro-latino-americanas à tecnologia e codificação. O objetivo é proporcionar oportunidades de aprendizado para jovens que de outra forma não teriam acesso a elas. A organização realiza workshops, programas de verão e outras atividades que incentivam as meninas a aprenderem habilidades tecnológicas, como programação de computadores, design de jogos e aplicativos móveis.

Bryant foi reconhecida por seu trabalho como líder da Black Girls Code, recebendo diversos prêmios e honrarias, incluindo o Prêmio da Mulher do Ano do Conselho Nacional de Mulheres Negras em 2013 e o Prêmio Visionário da Fundação Anita Borg em 2014. Ela é uma defensora da inclusão e diversidade na indústria de tecnologia e acredita que é fundamental fornecer oportunidades de aprendizado e suporte para jovens mulheres de minorias étnicas que desejam seguir carreiras em tecnologia.

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Katie Bouman

Katie Bouman é uma cientista da computação americana, mais conhecida por sua contribuição para a criação da primeira imagem de um buraco negro. Ela estudou engenharia elétrica e ciência da computação no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e concluiu um doutorado em ciência da computação na Universidade de Harvard.

Em 2016, Bouman começou a trabalhar no Projeto do Event Horizon Telescope (EHT), que é uma colaboração internacional de astrônomos para obter imagens de buracos negros. Ela foi responsável por desenvolver algoritmos para reconstruir a imagem do buraco negro usando dados coletados pelos telescópios ao redor do mundo.

Em 10 de abril de 2019, a equipe do EHT divulgou a primeira imagem de um buraco negro, conhecido como M87. A imagem foi possível graças aos algoritmos desenvolvidos por Bouman e sua equipe. Sua contribuição na criação da imagem histórica foi fundamental e inspirou muitas jovens mulheres a seguir carreiras na ciência da computação e na astronomia.

Além de seu trabalho no EHT, Bouman é uma forte defensora da diversidade e inclusão na ciência da computação e na astronomia. Ela fundou o programa "Girls' Who Code" na Universidade de Michigan, onde ensina meninas do ensino médio e universitárias a programar. Bouman também fala regularmente sobre a importância da representação feminina em campos STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e como isso pode ser alcançado.

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Como podemos ver, as mulheres têm feito contribuições significativas para a tecnologia e a ciência da computação há décadas. Desde Ada Lovelace até as engenheiras e cientistas da computação mais recentes, essas mulheres pioneiras enfrentaram inúmeras barreiras para deixar suas marcas na história da computação. Suas contribuições foram cruciais para o desenvolvimento da computação moderna e inspiraram uma nova geração de mulheres a seguir carreiras em ciência, tecnologia, engenharia e matemática. A lista é maior e hoje conta com mais diversidades e mais mulheres latino americanas, especialmente brasileiras. Nos aproximando da atualidade, para prevervar nossa memória e participação.


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